sexta-feira, 15 de abril de 2016

Sem clubes: um gigante que cai

Volta e meia com a liberação de uma nova pesquisa sobre tamanho das torcidas, comentaristas esportivos destacam (até surpresos) que o grupo dos que se declaram "sem clube" de preferência é superior em tamanho ao grupo de torcedores de qualquer clube individualmente - até de flamenguistas e corintianos.

Mas no longo prazo - isto é, desde pelo menos 1982 -, menos e menos pessoas não torcem para time algum; ou, de modo equivalente, mais e mais pessoas adotam algum time do coração.

No início da década de 1980, os que não torciam por equipe nenhuma eram quase 40%. Hoje são por volta de 20-25%. (Fig. 1.)

Figura 1. Evolução de brasileiros que não torcem por nenhum clube de futebol (laranja). Para fins de comparação, valores para os dois clubes com as maiores torcidas do país: Flamengo (amarelo) e Corinthians (azul). Fonte: Datafolha, Ibope, Gallup, Paraná Pesquisas, Sensus e Pluri.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Defesas de pênalti: Salto de qualidade? Não é o que dizem os números.

O blogue Numerólogos fez uma comparação com números levantados a respeito de resultados de cobranças de pênaltis no futebol brasileiro. A conclusão da análise é que houve um aumento do número de defesas e isso foi atribuído a melhor treinamento dos goleiros.

Das 120 primeiras cobranças de pênaltis em 2015 e igual número em 2016 analisadas, o levantamento obteve os resultados apresentados na tabela 1.


Tabela 1. Resultados de cobranças de pênaltis no futebol brasileiro. (Rebotes são considerados defesas mesmo em caso de gol.)
2015 2016
Total 120 120
Defendidos 20 27
Convertidos 88 83
Fora 7 4
Trave 5 6
Fonte: Numerólogos

Fazendo um teste qui quadrado, obtemos um valor de p=0,24. Se juntamos as categorias "defendidos", "fora" e "trave" contra "convertidos", p=0,34; se juntamos as categorias "convertidos", "fora" e "trave", p=0,13. Em todas as situações (para alfa=0,05), não derrubamos a hipótese nula: de que a diferença deve-se somente a flutuações casuais.

Em um prazo mais longo pode ser que haja diferenças estatisticamente significativas, no entanto, dificilmente há um salto de um ano para outro.