sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Medalha, medalha, medalha 2

Sediar as Olimpiadas, de modo geral, tem um efeito de aumentar o desempenho do país na edição em comparação com seu desempenho médio em todas as edições dos jogos.

Os gráficos abaixo ilustram isso de três modos: a melhor na posição do ranking no quadro de medalhas (Fig. 1), o aumento do número absoluto de medalhas (Fig. 2) e o aumento do número relativo de medalhas (relativo ao número médio de medalhas recebidas por edição olimpica) (Fig. 3). Considerando-se as Olimpiadas de Verão de 1896 a 2012.

Figura 1. Desempenho do país sede nos jogos em casa em comparação com a posição geral no ranking de medalhas no somatório de todas as participações (considerando o ordenamento pelo número de medalhas de ouro, seguido pelo número de prata e, por fim número de bronze). A linha laranja é referência se o ranqueamento não fosse afetado: os pontos acima da linha indicam uma piora no ranking de medalhas, os pontos abaixo indicam uma melhora.

Em somente duas edições, o país sede apresentou uma posição no ranking de medalhas pior do que seu desempenho geral na história olimpica: Londres 1948 (mas o Reino Unido foi bem nas outras vezes em que recebeu os jogos em Londres: 1908, quando ficou em primeiro, e em 2012, em terceiro) e Montreal 1976. Nas edições em que os Jogos Olimpicos foram realizados nos EUA, claro, não houve melhora - continuou sendo o primeiro no quadro. Somente países top 7 no ranking geral conseguiram ser o primeiro no quadro pelo menos uma vez quando sediaram o evento. Os maiores saltos de desempenho do país-sede foram: Cidade do México 1968; Atenas 1896 (o que não conta muito em função de ser a primeira edição, com poucos países e poucas medalhas em jogo); Barcelona 1992 e Antuérpia 1920.

Figura 2. Desempenho do país sede nos jogos pelo número absoluto de medalhas (soma de medalhas de ouro, prata e bronze), A linha laranja é referência se o total de medalhas não fosse afetado: os pontos acima indicam um aumento no total de medalhas recebidas em comparação com a média de medalhas recebidas por edição; os pontos abaixo, indicam uma piora.

De modo geral, quanto mais medalhas um país costuma receber por edição olimpica, maior o aumento do número absoluto de medalhas quando sedia a competição. Somente em três edições o país sede ficou em sua média histórica - pouca coisa abaixo: além de Londres 1948 e Montreal 1972, Munique 1972 (comparando-se o desempenho da Alemanha Ocidental, não da Alemanha pré-guerra, nem pós-reunificação).

Figura 3. Desempenho do país sede nos jogos pelo número de medalhas recebidas nas edições em casa em relação ao número médio de medalhas recebidas por edição. A linha laranja é referência se o total de medalhas não é afetado: acima da linha estão os pontos em que ocorre um aumento no total de medalhas; abaixo, uma piora.

Em termos relativos, os países com um menor número médio de medalhas por edição tendem a apresentar um ganho maior. O pior desempenho foi em Londres 1945, em que o Reino Unido obteve apenas cerca de 80% das medalhas que recebe em média por edição: 23 medalhas no total versus 28,9 de sua média histórica.